terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Atriz vive Lucilene no remake da TV Globo Foto: Jorge Rodrigues Jorge/Carta Z Notícias / TV Press

 

Apesar de ter se tornado mais conhecida como atriz por conta da Lucilene, personagem que interpreta em Guerra dos Sexos, Thalita Lippi já está na TV desde 1997. Na época, atuou em um episódio de Você Decide, ao lado de Caco Ciocler e Luciana Vendramini. Depois de outras pequenas participações, acabou largando a interpretação e conseguiu um emprego mais burocrático como assistente de produção. Mas, mesmo tendo uma boa perspectiva de carreira na área, Thalita não estava feliz. "Eu precisei de uma catarse para descobrir que prefiro ser instável financeiramente do que sucumbir à pressão e ter um trabalho que não seja minha paixão", recorda ela. 
 
Quando decidiu voltar a atuar, surgiu a oportunidade de se inscrever no Big Brother Brasil. "Fui acreditando que, com a visibilidade que eu teria, que é quase de protagonista de novela das oito, conseguiria atrair público para o teatro", explica. Thalita juntou o dinheiro que conseguiu com ensaios fotográficos para sair em turnê, ao lado de William Vita, com a peça Amor na Fotografia. O espetáculo não tinha patrocínio e ela, muitas vezes, precisou pagar para trabalhar. Tudo pelo prazer de estar com o pé na estrada e atuando. Foi através de um convite da produtora de elenco Frida Richter que Thalita voltou à televisão, no papel de Marcinha, em Caminho das Índias. "Eu fui para ficar 15 dias, mas a personagem foi ganhando corpo e acabei ficando por quatro meses", conta. Para ela, foi esse papel que lhe deu credibilidade como atriz, tendo como consequência o surgimento de novas oportunidades na área.
 
O primeiro personagem fixo em uma novela veio agora, com o remake de Guerra dos Sexos. Thalita havia participado da seleção e recebeu o resultado diretamente de Jorge Fernando, durante uma apresentação do espetáculo teatral Salve Jorge, protagonizado por ele. O diretor da novela, ao ver Thalita na plateia, anunciou que ela tinha conseguido o papel. "Era uma comédia e eu passei o resto da peça chorando", diz, sem esconder a alegria de interpretar Lucilene.
 
Mas o trabalho é puxado. Como o elenco é pequeno, os atores têm uma agenda intensa de gravações. Thalita, no entanto, adora a rotina e se sente vivendo um sonho, trabalhando com o que nasceu para fazer. "As pessoas já me chamam de Lucilene na rua", orgulha-se.
 
Para viver a personagem, a atriz precisou mudar o visual, o que não foi problema. "É legal porque você acaba descobrindo outras coisas bonitas em você e também coisas que não ficam tão bem", analisa ela, que ficou conhecida pelo grande público como ruiva de franjinha. Mas, quando soube que faria a novela, estava com o cabelo preto e precisou clarear para suavizar a imagem.
 
Para Thalita, difícil mesmo foi aprender a ser delicada. Fã de malhação pesada, a atriz fez aulas de balé e pilates para conseguir se movimentar de forma mais suave e perder o apelido de Fiona, em referência ao longa de animação Shrek, dado por sua mãe, a atriz veterana Nádia Lippi. "Eu sou mais agitada, prefiro fazer bicicleta, puxar ferro, mas foi bom. Acho que fiquei mais calma."
 
Satisfeita com o momento atual, Thalita prefere não planejar o futuro, principalmente porque sabe que esta é uma carreira ingrata. "Não depende só de talento ou bagagem, tem de ter sorte. Tem de ter a cara que o autor criou, que o diretor quis", explica. Mas, apesar das dificuldades, ela garante: não vai largar a profissão. "Ser ator no Brasil é a arte de persistir e resistir. Pode ser teatro de rua, teatro independente, qualquer coisa. Mas se não estiver trabalhando com isso, não sou eu."